sábado, 22 de janeiro de 2011

Primeira parte da 305° Reunião de Conselho

Como foi uma longa reunião e optamos por fazer um relato detalhado, vamos fazer em duas partes, pra que ninguém canse de ler. Esse relato foi feito pelo representante do CAFAU no Conselho, Octávio Sousa.


Relato da 305° Reunião Extraordinária do Conselho das FAU.

Pauta única: Opiniões do professor Frederico Flósculo sobre a Ata 286, a pedido da Comissão de Ética da UnB.

A reunião iniciou por volta de 14h15 com a presença de dois observadores da Comissão de Ética, os conselheiros: Andrey Schlee, Cláudia Garcia, Maria Cecília, Antônio Carpintero, Reinaldo Guedes, Rodrigo Faria, Márcio Buson e Octávio Sousa do CAFAU, mais Zé Henrique e Erick Welson como ouvintes, além do professor Frederico Flósculo, que se manteve sentado fora da mesa aguardando o convite do presidente do Conselho. Andrey abre a reunião fazendo a leitura da solicitação da comissão de Ética para convocação da Reunião.

Flósculo fala que é um dia importante para ele na faculdade, diz que sua denúncia foi contra todos os membros do Conselho, e fala que tem faltado conduta correta na faculdade desde 1994. Segundo ele, a UnB carece de esclarecimentos fundamentais. Não se sabe se Timothy é culpado ou inocente. Sobre o texto, afirma que escreveu um artigo de opinião, e que o Conselho agiu com censura ao manifestar repúdio a um texto que ainda Não havia sido publicado. Fala de troca de correspondência com Syvia Ficher, que segundo ele, teria lhe enviado uma carta de teor ofensivo. Fez reconstituição dos fatos do período da publicação do artigo.

Trechos da fala de Flósculo:
 “Quando o Conselho aprova uma nota de repudio isso se chama censura. Ou esse cara está certo ou você tem problemas se não reage”. “Eu escrevo coisas pra provocar e sei receber de volta. Eu tenho prazer na polêmica”. “A faculdade não discute política”. “A história tem que ser contada por muitos pontos de vista”. “Espero que essa faculdade reaprenda, porque ela já foi muito boa. O clima da UnB era outro. Fico impressionado com a mudança de sinal das mesmas pessoas. Eu não mudei. Gosto de ser tratado com honestidade”. “Que sociedade é essa que as pessoas que tem um pouco de poder acham que podem passar com o trator por cima das outras?”

A fala passou ao diretor Andrey, que conta da sua vinda para a UnB e apresenta diversos documentos para concluir que ao longo desses anos que tem sido diretor o professor Flósculo teria agido de maneira ofensiva para com os professores da FAU, o que deixou o Conselho incomodado e decidisse tomar providências administrativas contra o professor Flósculo.

Trechos da fala de Andrey:
“O que nos incomoda é como ele se dirige à comunidade da FAU. Em 2008 professores da FAU são acusados de corruptos e mentirosos. Em 2009, há uma correspondência para a secretaria da direção da FAU em que FAU é chamada de galinheiro”. “Não é possível o Conselho de uma faculdade receber essas acusações e ficar passivo. Queremos discutir, mas não nesse nível que é baixo”. “Professores da FAU são tratados como improdutivos, relacionados a denúncias da caixa de pandora. Aqui não se trabalha, aqui não se produz. O que se produz não tem valor”. “Flósculo se refere à FAU como ‘Carandiru-FAU’.”

Buson fala que estava presente na reunião 286 e como já passou quase um ano desde o ocorrido, buscou reler o texto, e concluiu que, de fato, há acusações graves e ofensivas à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Coloca que há muita produção na faculdade. Diz ter analisado o currículo Lattes do professor Flósculo e não ter encontrado volume significativo de trabalhos relacionados à crítica, que legitimem a acusação aos colegas que não fazem esse tipo de trabalho.

Trechos da fala de Buson:
“Você critica muito, mas contribui muito pouco”. “As pessoas estão cansadas. Você se coloca de uma forma muito agressiva. O Conselho viu que não era verdade”. “Você criou um clima tão pesado em volta que as pessoas não querem mais ouvir. Isso é meu entendimento pessoal”.
Flósculo diz que somente depois de vencer o concurso nacional de revitalização da W3 se sentiu seguro para fazer críticas a Brasília. Nesse momento Rosana Clímaco chega à reunião.
Cláudia Garcia faz a memória da reunião 286, diz que foi uma reunião muito longa, muito difícil, que a decisão do Conselho foi bastante discutida e foi tomada mais pelo histórico entre a FAU e o professor Flósculo que pelo artigo em si. Cita Artigo 5° da Constituição, que garante o direito à livre expressão e o direito de resposta. Considera que deveria ter sido aberto um canal de comunicação entre o Conselho e o Professor Flósculo.

Trechos da Fala de Cláudia Garcia:
“Temos que separar as diferenças pessoais das profissionais”. “Espero criar uma espécie de pacto, para construir um caminho melhor da Faculdade”. “Sempre falo pra minha filha que tudo pode ser dito, mas há maneiras de dizer. Não soubemos lidar com a situação”.

Eu falei da importância de construir canais de diálogo e de que as idéias deveriam ser atacadas e não a pessoa.

Buson diz que sua crítica foi ao pesquisador Flósculo e não à pessoa. Reclama de que não houve busca de diálogo da parte do Fred.

Rosana Clímaco diz que reitera o que o Conselho escreveu sobre o caso, fala do direito do Conselho de se manifestar contra qualquer coisa escrita por qualquer pessoa.

Trechos da fala de Rosana Clímaco:
“O professor tem um caráter junto à faculdade de agressividade constante”. “Escreve documentos partindo do princípio que ele é descolado do corpo da faculdade, como se ele tivesse uma lente do caráter que mais ninguém tem”.

Andrey fala que o Conselho escreveu uma nota que não foi divulgada (e que vocês leram aqui no blog com exclusividade  http://bit.ly/gdv5BS). E diz que não foi no sentido pessoal.
“Foi do ponto de vista de defesa dos professores. Tem que separar o conteúdo crítico do pessoal”.

Flósculo fala que a FAU tem esqueletos no armário:
“O esqueleto no armário é sobre a FAU ter perdido o CEPLAN em 1998 [...] Não havia a possibilidade de que o reitor utilizasse o CEPLAN para fazer projetos, pois o diretor Cláudio Queiróz utilizava o CEPLAN como seu escritório particular [...] A conduta do Diretor Cláudio Queiróz fez com que o reitor da universidade tirasse da FAU o CEPLAN. Márcio, a FAU perdeu o CEPLAN. Rosana, a FAU perdeu o CEPLAN. A faculdade está sem o seu escritório [...] Isso que você tenta colocar no nível pessoal é luta política mesmo. O respeitadíssimo Geraldo Nogueira Batista quando o reitor pediu o CEPLAN não disse nada!”

Andrey: “Houve uma assembleia de professores da FAU onde foi aprovada a entrega do CEPLAN”.

Maria Cecília: “Discutimos muito e concluímos que não teria resultado um diálogo, onde só haveria ofensas pessoais”.

Fred: “Você delira minha senhora”

Reinaldo: “O mundo não é como a gente queria que fosse. O mundo é como ele é [...] A produção acadêmica do professor Flósculo é grande [...] Em um texto escrito não há porque saber o motivo do texto, há um fato. O Conselho discordou do texto. Ponto. Todos têm direito a se manifestar [...] Você Flósculo faz uma acusação de crime contra Cláudio Queiróz, isso exige provas”.

Flósculo: “Teve Polícia Federal, era pra ele ter saído preso. Geraldo Nogueira pediu que o Todorov interferisse”.

Reinaldo: “Falar mal dos outros às vezes é bom. Não se pode acusar sem provas Fred. Isso é crime”.


Em breve a segunda parte da reunião!


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