segunda-feira, 21 de março de 2011

Somos Menos do que Baratas?

Carta Aberta do CAVIS à Comunidade Universitária

No ano passado, um grupo de estudantes de artes visuais ocupou uma sala vazia no ICC centro, no chamado corredor da morte. Desde então a sala tem sido utilizada pelos estudantes do curso.
Na segunda-feira da semana passada, o CEPLAN entrou em contato com o CAVIS. Convidaram-nos para uma reunião na terça-feira para nos apresentar uma proposta de realocação do CA. Estiverem presentes na reunião representantes do CA e do DCE, além de representantes do CEPLAN, da Prefeitura e da Reitoria.
A administração da Universidade quer reformar o corredor e nos apresentaram uma proposta de mudança. Mudaríamos-nos, junto com o CADIn e o CATU, para um espaço do subsolo próximo ao corredor da morte, uma área do antigo IB. A área seria reformada, com uma área de convivência e uma sala de reuniões (ou estudos) em comum,e uma sala de 20m² para cada CA. As plantas do local (como está e como ficaria) podem ser vistas nas imagens.
Como queriam fazer a reforma do corredor ainda essa semana, sugeriram que nos mudássemos para a área como ela está hoje e, ao fim da reforma do corredor da morte, o local seria adaptado para ficar como no projeto. Entre várias coisas nos ofereceram pontos de internet, ventiladores e etc.
Nós achamos a proposta uma boa proposta e pedimos para ver o espaço. Ficamos de terça-feira até sexta-feira tentando conseguir acesso. A sala estava trancada e seria necessário que um chaveiro viesse trocar a fechadura. Depois de muitos problemas de comunicação entre o CEPLAN, a prefeitura e nós (falta de ordem de serviço, etc), conseguimos que um chaveiro viesse, na sexta de manhã, abrir a sala. O Corredor da morte já estava com grades e uma parede, as primeiras preparações para a reforma. Qual não foi a nossa surpresa quando a sala foi aberta.
 Ao abrir a porta, a primeira coisa que sentimos foi o cheiro, muito forte. Entrando lá nos deparamos com um ambiente deplorável. Além da quantidade absurda de poeira e mofo nas paredes e no chão, o número de equipamentos e mobiliário abandonado era grande. Várias cadeiras e mesas, algumas quebradas, mofadas e todas cheias de poeira. O mais impressionante era a quantidade de equipamentos, vários monitores, CPU’s e vários equipamentos de laboratório. O espaço total é o dobro daquele destinado aos CA’s, a outra metade seria destinada ao departamento de Desenho Industrial.
Fomos seguindo pelas salas, passando de uma a outra e vendo todo o espaço. Vários recipientes com produtos químicos. Quebrados, no chão, restos de tubos e outros materiais. Em uma sala, um aviso “Risco Biológico – Proibida a Entrada de Pessoas Não-Autorizadas”. Em uma grande máquina nessa sala havia uma travessa de vidro com um conteúdo verde e aquoso. Não fazíamos idéia do que era (não somos biólogos), mas nos pareceu alguma espécie de cultura. Impressionou o número de máquinas, algumas bem grandes, todas parecendo ainda funcionar. Ao abrirmos uma sala fechada nos deparamos com um grande número de baratas mortas. Impossível evitar a ironia da situação...
Essas palavras e as fotos tiradas (que não puderam ser muitas, a câmera estava sem espaço) não são capazes de retratar com fidelidade a real insalubridade do local. A situação é verdadeiramente revoltante. Além de demonstrar o descaso com os estudantes, mostra ainda a desorganização da administração frente às necessidades de infraestrutura dos cursos. O IB se mudou para o prédio novo em 2009, o que significa que o local está fechado há mais de um ano.
Durante esse período vários cursos passaram por problemas estruturais graves. Emblemático é o exemplo do Desenho Industrial, que até hoje não tem espaço físico na Universidade. Nos últimos semestres o curso tem passado por sérios problemas decorrentes da falta de espaço (lembrando que, semestre passado, boa parte das aulas obrigatórias do curso foram dadas na antiga sala do CA, que os estudantes haviam ocupado e cederam para o departamento do curso).
Vale lembrar que o único CA que entraram em contato fomos nós. O CADIn só está sabendo da proposta de mudança porque nós os avisamos. O corredor da morte já está com grandes e preparações para reforma e nenhum outro CA do local foi avisado. A administração teve bastante tempo no final do semestre passado, e durante o recesso, para entrar em contato com os CAs, fazer as reformas necessárias e organizar a mudança. Ao invés disso, nos avisam na última semana de recesso e já começam a preparar a reforma do corredor sem garantir condições básicas para os CAs se mudarem.
O CAVIS, por meio desta carta, manifesta sua revolta e indignação frente a essa situação. Nós não sairemos do corredor da morte, não enquanto não nos derem condições dignas para tal. Que reformem primeiro o local para onde querem nos mudar, adequando-o a vivência de pessoas, depois o corredor.

*Vejam as fotos (que infelizmente foram poucas) aqui: https://picasaweb.google.com/109928363189901427618/AntigaAreaDoIB#

quinta-feira, 17 de março de 2011

Uma semente de poesia

Equipe do 3° TODO

“Fecho os olhos e crio o horizonte todo à minha volta. Uma esfera que os meus vetores expandem me fazem enxergar para além de mim, lugares em que meu corpo não precisa estar para que eu seja universal. Se o céu me ensina a sonhar e trilhar caminhos com o pensamento, fecho os olhos e sei de um céu que me faz caminho, e desfolhando-me consigo voltar à origem, onde nós somos o todo.”

Darcy sonhou com uma universidade que transformasse a sociedade em um lugar onde houvesse espaço para a poesia. A concretização desse sonho passava pelo projeto do ICA – Instituto Central de Artes, que reunia os cursos relacionados a área de criação. O projeto do ICA foi interrompido durante os anos de repressão e não conseguiu concluir todos os seus objetivos. O encontro entre os centros acadêmicos do Instituto de Artes, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Faculdade de Comunicação fez ressurgir o espírito utópico da matriz de nossos cursos.

A sociedade ocidental presenciou o distanciamento entre o sensível e o racional, e isso também refletiu nas áreas de conhecimento, distanciando as produções de caráter poético daquelas de caráter científico. A exaltação da ciência na modernidade foi feita em detrimento da sensibilidade, mas agora estamos no século XXI, e é na aproximação do conhecimento com o sensível que encontramos a sustentabilidade; não só relacionada aos recursos naturais, mas também à cultura e ao sentimento.

No ano de 2011 os centros acadêmicos de Artes Visuais, Artes Cênicas, Música, Arquitetura e Urbanismo, Comunicação Social e Desenho Industrial realizarão o 3º TODO, a semana universitária de seus cursos. Nosso tema será “O TODO é mais que eu”: o triângulo gerado pela relação entre existência, coexistência e harmonia. Buscamos um resgate dessa sensibilidade, exaltando-a no cultivo de novos laços entre pessoas: alunos, professores, profissionais, autodidatas e poetas.

A universidade não é um espaço só de repasse de conhecimentos, mas também de criação de novos saberes em relação com a comunidade. A criação passa pelo sensível: é preciso sentir. O TODO busca a interconexão de nossos saberes gerados com os saberes populares num momento de comunhão da universidade com a sociedade.

Nós, estudantes, inspirados pelo desejo de uma sociedade sensível, apaixonada e que realiza seus projetos com amor, desenvolvemos o TODO.  Essa utopia, que faz parte do projeto da UnB, nos motiva a esse encontro.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Há males que vêm para o bem

Centro Acadêmico de Comunicação

Após o dia 14 de janeiro, o DFTV e o Bom dia DF veicularam seguidas matérias tratando das festas e do consumo de maconha no ambiente da Universidade de Brasília. A gestão do CACOM-UnB, considerou as reportagens, à época, um exercício de jornalismo sensacionalista, autoritário, unilateral e, além de tudo, pouco preocupado com a verdade factual.

Em nenhum momento a equipe do DFTV se prestou a conversar com algum estudante ou diretor dos Centros Acadêmicos para ouvir o que eles tinham a dizer. Não. É mais fácil transpor para a tela da televisão uma versão dos fatos com apenas um lado, e ainda por cima com várias incorreções.

Porém, como reza o dito popular, há males que vêm para o bem. No caso, o grande mal causado à imagem da Universidade e principalmente dos Centros Acadêmicos pelas reportagens do DFTV serviram para reavivar o debate sobre a utilização do espaço físico dos CA’s e também sobre o direito à comunicação no âmbito da universidade. Após as reportagens, surgiram vários espaços para debater esta última questão, desde o debate promovido pelo projeto SOS Imprensa até a audiência ocorrida entre a Secom e os Centros Acadêmicos.

Nós do CACOM estivemos presentes e intervindo em todas essas oportunidades. Esta conjuntura abriu caminho para que a UnB desempenhe, mais uma vez, um papel protagonista, ao avançar em questões que dificilmente são colocadas sequer colocadas no âmbito mais geral da sociedade. A concretização desses avanços se dará pela instituição de um meio Conselho de Leitores, paritário, no âmbito da Secom-UnB, que é o mais relevante meio de difusão de informação acerca do cotidiano da UnB*.

Enquanto estudantes de comunicação, sabemos que há uma série de questões urgentes envolvendo a prática social da comunicação em nosso país. Elas vão desde a concentração da propriedade dos meios, passam pela criminalização recorrente dos movimentos sociais nas diferentes mídias, atingem a questão da desregulamentação e da precarização do trabalho dos comunicadores.

Mais do que outras questões urgentes de nossa sociedade, essas são deliberadamente escamoteadas do público em geral. E o são por que não há nenhum interesse, da parte dos poucos e vastos grupos empresariais que controlam os grandes meios de difusão de informações, em expô-las.

É preciso perceber que todas as questões urgentes de nosso tempo e de nosso país passam pela questão do autoritarismo na distribuição de informações. Exemplificando: no dia 20 de janeiro deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) anulou o processo que corria contra vinte integrantes do MST, acusados de atos de depredação em uma fazenda da empresa Cutrale, no interior de São Paulo, em 2009. A decisão foi tomada com base na falta de consistência  da denúncia, que não obedecia a todos os critérios da lei. A repercussão midiática dessa decisão judicial foi pífia em relação ao espetáculo promovido pela mídia impressa e televisiva de nosso país na ocasião da ocupação da fazenda da Cutrale pelo MST.

Embora o oligopólio empresarial do espectro eletromagnético, utilizado pelas empresas de radiodifusão (TV e Rádio), seja uma questão muito menos tangível que o oligopólio da terra agricultável, é preciso perceber que estas duas situações, geradoras de exclusão social, estão intimamente ligadas. Combater uma é combater a outra.
E o que nós, da universidade, temos a ver com isso?

Em um volume intitulado Testemunho, datando de 1990, Darcy Ribeiro deita algumas linhas sobre sua Universidade. Ele nos conta que a UnB fora estruturada, em seu projeto, de forma que se permitisse “constituir um verdadeiro Campus Universitário onde alunos e professores convivessem numa comunidade efetivamente comunicada tanto pelo co-governo de si mesma, como pela integração dos estudos curriculares com amplos programas de atividades sociais, políticas e culturais”. Darcy sonhou a UnB como o lugar onde a comunidade acadêmica – toda ela: estudantes, professores e trabalhadores – desempenhassem um papel na tomada de decisões. Uma universidade efetivamente autônoma, que teria desempenharia papel crucial na difusão da cultura e do saber em nosso país.

É dentro desta proposta, de construção coletiva, que nós do CACOM iniciamos a discussão sobre a criação do Conselho de Leitores na Secretaria de Comunicação da Universidade.

A UnB, mais uma vez, deve ser protagonista no debate sobre o direito de expressão. Queremos, com o Conselho de Leitores, que se abram as portas desse importante meio de comunicação que é a Secom. Estudantes, servidores e professores, todos devemos ter voz e vez na hora de informar a sociedade e a própria universidade sobre aquilo que acontece por aqui. Democracia começa dentro de casa.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Kakay, advogado do poder, vai defender alunos da Arquitetura

Três estudantes são acusados de causar dano moral ao professor Neander Furtado. Kakay, que já advogou para Paulo Octávio e Daniel Dantas, vai assumir o caso de graça
Leonardo Echeverria - Da Secretaria de Comunicação da UnB


Um dos mais famosos – e caros – advogados do Brasil, Carlos Almeida Castro, o Kakay, vai assumir a defesa de três alunos da Faculdade de Arquitetura que estão sendo processados em R$ 20 mil pelo professor Neander Furtado. O processo alega danos morais causados ao professor em manifestações dos alunos, que discordavam da metodologia de ensino usada na disciplina Projeto de Arquitetura 2.

Kakay, ex-aluno da Faculdade de Direito da UnB, afirma que vai fazer a defesa de graça para os alunos. "É uma honra pegar esse caso, em defesa da liberdade de expressão e da democracia", disse em entrevista à UnB Agência. "Mal acreditei no que li no processo. Os estudantes não tiveram o intuito de ofender ninguém, eles estavam exercendo seu direito de crítica respeitosa".

O advogado já defendeu políticos importantes envolvidos em grandes escândalos, como o ex-governador Paulo Octávio, no caso do mensalão do DEM, e Roseana Sarney, na época em que a Polícia Federal encontrou R$ 1,3 milhão em espécie e não-declarados, na sede da empresa Lunus, em São Luís, de propriedade de seu marido, Jorge Murad. Também já advogou para o ex-vice-presidente Marco Maciel e para o ex-ministro da Educação Paulo Renato, entre outros. É amigo de políticos como Lula e José Dirceu. Kakay teve conhecimento do caso na UnB por meio de seu filho, também estudante de Arquitetura.

Na ação que o professor Neander move contra Luiz Eduardo Araújo, Mariana Bomtempo e Lívia Brandão está prevista uma audiência de conciliação no próximo dia 23. Neander diz que não quer dinheiro e aceita uma retratação por escrito dos estudantes. "Nunca quis dinheiro, o que eu quero é restaurar a tranquilidade em sala de aula", afirma.

Segundo o professor, ele só entrou com o processo porque a comissão designada pela FAU para investigar o caso não deu resultado. Ele acredita que o correto seria o reitor instaurar um processo administrativo contra os alunos. "Ir à Justiça foi minha última alternativa", diz.

O motivo do processo foram duas cartas enviadas ao Conselho da FAU, no ano de 2008, criticando a metodologia adotada em sala de aula, e um protesto no Ateliê com carteiras e mesas empilhadas. "O objetivo era cercear minha autonomia intelectual como professor", afirma. "Eu estava usando métodos modernos, usados em outros países, mas muitos preferiam continuar fazendo projetos com lápis e papel".

Kakay diz que não aceitará qualquer proposta de conciliação. "Quero que a Justiça ateste que esses estudantes não fizeram nada de errado", afirma. Ele conta que, em sua época de estudante, em plena ditadura, escreveu vários artigos "virulentos" contra o então reitor José Carlos Azevedo, capitão de mar e guerra, e nunca foi processado. "Faço isso inclusive em nome da autonomia universitária. Esse pode ser um processo exemplar".

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Quem tem medo dos estudantes da UnB?

Prof. Frederico Flósculo Pinheiro Barreto
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB



Mal é finalizado o Segundo Semestre de 2010 (nesta sexta semana de 2011), e uma estranha contabilidade começa a tomar forma na Universidade de Brasília. Nunca, na história dessa Universidade, tantos estudantes estiveram sob processos judiciais, todos advindos de autoridades universitárias, sob os mais diversos pretextos.

Um sólido bloco desses processos criminais tem evidente natureza política e, simultaneamente, acadêmica: são processos movidos por professores que se viram alvo de críticas mais ou menos explícitas (e pode-se dizer que algumas dessas críticas são MAIS que explícitas) dos estudantes, com fundamento em sua profunda, irrecusável insatisfação com relação ao desempenho acadêmico desses professores e professoras. Esses professores alegam danos morais. Mas têm moral para alegar esses danos?

Esse fenômeno – a eclosão sistemática de processos criminais contra alunos que protestam contra o desempenho de professores – merece o melhor exame da Universidade de Brasília, assim como da comunidade de pais e mestres, especialmente aqueles que ainda não foram denunciados pelos alunos como professores com fraco desempenho. Contudo, esse é assunto tabu na Universidade, que prefere ver a Justiça comum resolver aquilo que a própria UnB deveria resolver: algo que envolve diálogo, critérios acadêmicos e administrativos, e o mais honesto desejo de formar uma geração que sempre cobre da Universidade Pública e do Estado, o ensino de qualidade pelo qual todos nós pagamos. Os professores devem aprender a serem cobrados, e a prestar contas de seu trabalho.

Deixo uma coisa clara: estou do lado dos estudantes, nessa guerra judicial. Nossas Universidades Públicas não têm um “PROCON”, e meus colegas professores têm-se mostrado arrogantes, autocratas, ditatoriais, e realmente protegem os colegas menos preparados, menos dispostos e aptos a um trabalho docente bem qualificado. Os melhores professores protegem, por profundas razões corporativas, os piores professores. Quem paga a conta do corporativismo? Os estudantes e, em última instância, a sociedade brasileira.

A onda de processos criminais contra estudantes que protestam contra os maus ou medíocres ou negligentes professores já atingiu uma tal altura, um tal volume, que uma tribuna pública deve ser usada para apelar ao próprio Reitor da UnB: Aja a favor do diálogo, e ouça os estudantes. Eles merecem uma avaliação dos docentes que seja impessoal e efetiva, e que os livrem da dolorosa tarefa do protesto contra as clamorosas deficiências da Universidade. Protestar não é crime, e não atentar para os protestos causa a revolta estudantil - e é mau ensino, lição de péssima qualidade.

Brasília, 7 de fevereiro de 2011.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Calouros do Vestibular

Dos 70 calouros deste semestre 10 passaram no PAS e Vestibular simultaneamente, signifuca que teremos segunda chamada! Parabéns aos calouros do Vestibular!

10009288 Alexandre Benso de Lima Tavolucci Arquitetura e Urbanismo
10020890 Ana Clara Goncalves Pamplona Arquitetura e Urbanismo  (2)
10014420 Ana Luisa Lauxen Scalia Arquitetura e Urbanismo (2)
10012785 Andrea Costa de Lucena Arquitetura e Urbanismo
10012002 Caio Monteiro Damasceno Arquitetura e Urbanismo (2)
10007593 Caroline Jung Correa e Castro Arquitetura e Urbanismo
10028007 Felipe Augusto Assis Rocha Marcelino Arquitetura e Urbanismo
10010738 Fernanda Graciano dos Santos Arquitetura e Urbanismo
10023620 Gabriela Ferreira Santos Arquitetura e Urbanismo
10032490 Helena Muniz Bokos Arquitetura e Urbanismo (2)
10011648 Julia Rabelo Rodrigues Arquitetura e Urbanismo
10002541 Juliano Verissimo Alves da Rocha Arquitetura e Urbanismo (2)
10004679 Luiza Antunes Machado Camelo Arquitetura e Urbanismo
10005195 Maira Boratto Xavier Viana Arquitetura e Urbanismo (2)
10021962 Manuela Maciel Trezze Arquitetura e Urbanismo
10005872 Mariana Figueiredo Sobral Torres Arquitetura e Urbanismo
10012269 Matheus Augusto de Oliveira Carvalho Arquitetura e Urbanismo (2)
10011651 Paula Maria Rezende Souza Santana Arquitetura e Urbanismo
10004274 Victor Cesar Rocha Ribeiro Arquitetura e Urbanismo
10012329 Vitoria Rosa Santos Afonso Arquitetura e Urbanismo


10024928 Andre Sette Rossi Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10002743 Camila Rocha Coelho Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10016076 Camilla Ribeiro de Abreu Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10019466 Esther Birenbaum Arquitetura e Urbanismo . Noturno (2)
10011551 Halina Rodrigues de Oliveira Miranda Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10007965 Jessica Ferreira de Souza Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10030061 Jessica Schmitt Pereira Arquitetura e Urbanismo . Noturno (2)
10020526 Julia Gasparini Vidal Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10032699 Laio Goncalves de Seixas Arquitetura e Urbanismo . Noturno (2)
10018606 Leisa Alves Santos Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10036459 Natalia Nunes Castanheira Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10019171 Nayara Frutuoso Furtado Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10020832 Pedro Dias Boa Sorte Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10009103 Rafael Nadler Dayrell Arquitetura e Urbanismo . Noturno
10003869 Rafael Pereira Lima Arquitetura e Urbanismo . Noturno

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Manifesto do CAFAU pela Liberdade de Expressão na Universidade

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".
Eduardo Galeano

“Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!”
Mário Quintana

A Universidade se constrói a partir de utopias e caminhada. A UnB foi criada como utopia. Imaginada como espaço de trocas de conhecimento e transformação. Ao longo de seus quase 50 anos, a UnB passou por caminhos tortuosos, obscuros, mas permaneceu de pé, sempre alimentada pela utopia de transformar o Brasil em um país mais justo e igualitário. Hoje vivemos um momento de profundas transformações na Universidade, que por um lado, caminha para uma maior democratização do acesso e requalificação de seus espaços mas por outro lado convive com o câncer da repressão a seus estudantes.
1968: A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo foi fechada por estudantes que exigiam melhores condições de ensino. O lema era: “Queremos formação e não formatura”.
2011: Três estudantes da UnB, ex-membros do CAFAU, são processados judicialmente por haverem no ano anterior protestado com a montagem de uma instalação artística, contra a metodologia de ensino adotada em uma disciplina. O lema parece ser: “Vocês vão ter que engolir”.
Este é o primeiro processo movido contra estudantes por realizarem ato político desde a ditadura militar de 1964-1985. É impossível para nós por meio deste documento expressar a profundidade de nossa indignação diante desta atitude arbitrária contra a liberdade de expressão dos estudantes. É uma ofensa aos Direitos Fundamentais garantidos pela Constituição Federal e à comunidade universitária.
É direito de qualquer cidadão apresentar críticas que visem à melhora de um serviço público. Nesse caso a crítica veio com arte, e a resposta dada foi absolutamente desproporcional, visto que além de despropositada na forma, demonstra uma tentativa de dividir o movimento estudantil, processando indivíduos e não o coletivo, representado pelo CAFAU. Consta ainda na lista de absurdos o fato de que as câmeras de segurança da Universidade foram utilizadas para a identificação dos autores da intervenção artística, desvirtuando completamente o sentido do sistema de vigilância. Algo que deveria ser utilizado com a finalidade de proteger os estudantes é utilizado para reprimi-los.
Darcy nos ensinou que “numa Universidade tudo é discutível”, inclusive os mecanismos utilizados para a troca do conhecimento, é papel dos estudantes promover o debate que gere a melhora contínua do ensino, da pesquisa e da extensão. Darcy também ensina que não devemos nos resignar, e nesse sentido, aprendendo com mestre, não vamos nos calar diante das injustiças. Nossa utopia hoje é transformar esta Universidade em um espaço de diálogo franco, onde ninguém seja reprimido por manifestar uma opinião que busque o aperfeiçoamento das coisas, e não pretendemos deixar sequer um dia de caminhar até esse ideal.

Brasília, cidade nascida da utopia, 02 de fevereiro de 2011.
CAFAU